Formação continuada contribui para reflexão sobre planejamento e estratégias
No dia 3 de dezembro, os gestores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) da Diretoria Regional de Educação (DRE) Jaçanã Tremembé participaram de mais uma formação continuada, realizada no prédio da Diretoria de Orientação Técnica (DOT), localizada no bairro de Santana, pelo Supervisor de Educação e Professor Universitário Silvio Guarde que trabalhou o tema “Gestão da Prática Pedagógica: Projeto e Planejamento”.
A temática foi abordada com o propósito de trazer uma novidade em termos de reflexão e compreensão sobre um tema já estudado, mas que se faz presente no dia a dia dos gestores.
“As pessoas normalmente se preparam e fazem projetos para um ambiente estável, no qual não haverá mudanças, mas de certa forma nenhum ambiente é totalmente estável, eles se modificam o tempo todo, e a escola também é um ambiente que se modifica constantemente, de modo que, um projeto feito para um ambiente que não muda é um projeto que tende a fracassar nos seus objetivos”, comenta o professor Silvio Guarde. Baseado nessa premissa do filósofo Edgar Morin, publicada em seu livro “Os sete saberes necessários à Educação”, foi discutido sobre a necessidade da escola fazer seus planejamentos considerando as incertezas.
De acordo com Guarde, ainda sobre as ideias de Morin, as escolas precisam fazer seus projetos pedagógicos e seus planejamentos pensando na Unidade de Ensino como um ambiente em constante mudança, e que, portanto, é preciso lidar com as incertezas do dia a dia, de curto, médio e longo prazo. “Creio que no pensamento do filósofo Edgar Morin há um bom referencial para revermos nossos Projetos Políticos-Pedagógicos (PPPs), nossos projetos de sala de aula e pensarmos mais as estratégias, pois, se há um ambiente que tem um grau considerável de instabilidade, é o ambiente escolar e, nele, a sala de aula. A ideia já desgastada, mas pouco praticada de que o PPP é dinâmico e, portanto, deve ser sempre modificado conforme as necessidades encontra aqui, a meu ver, seu apoio teórico mais consistente”, observa o professor.
Guarde destaca o pensamento do filósofo acerca da importância de um planejamento baseado em estratégias. “Morin nos adverte que, para enfrentar a incerteza da ação, a estratégia deve prevalecer sobre o programa. O programa prevê ações a serem executadas num ambiente estável. A estratégia, ao contrário, elabora um cenário de ação que examina as certezas e as incertezas da situação, as probabilidades e as improbabilidades”, ressalta.
Ainda segundo Guarde, todas as práticas são pedagógicas, até mesmo as revestidas de tarefas administrativas, na medida em que todas visam o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. Por isso, é necessário fazer uma leitura não linear de um único panorama, mas uma leitura em que se considerem vários panoramas possíveis e, para cada um, elaborar uma estratégia de ação. “As estratégias entram em ação diante da mudança de quadro, para que não sejamos surpreendidos e tenhamos que agir sempre de improviso. Devemos evitar essa situação, pensando num cenário dentro da instabilidade e diferentes estratégias de solução para não ficar o tempo todo improvisando”, acrescenta Guarde.
“Então, defendemos o planejamento, não para que tenhamos caminhos de certeza, mas para que tenhamos um caminho de não improviso. A capacidade de improvisar, diante de uma situação inusitada é sinal de grande inteligência e talento. Mas, se foi fruto de uma falta de planejamento, é um desrespeito com o destinatário de seu trabalho. Estou entendendo este ‘improvisar’ como ação de quem pensou estratégias. Sair do programado, mas não cair no acaso. Ou seja, navegar dentro de alternativas previamente consideradas para cenários possíveis” finaliza o Professor.
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